terça-feira, 9 de julho de 2013

Ela chegou - Parte 4

 Dessa vez eu estava lá. Ouvi o primeiro choro. Vi a primeira vez que ela abriu o olho. Tranquila e forte, como o mar que a mãe dela tanto ama. Quando dorme, dá aquelas risadinhas rápidas, que todo bebê dá, mas, nela, esses sorrisos são mais doces. Meus olhos cheios de alegria veem tanta beleza e luz! Mais uma mãozinha para eu segurar. Preciso de mais braços! Bom demais!

Zoo

Se eu fosse uma borboleta, pousaria de flor em flor, sentindo o seu perfume e misturando as minhas multicores maravilhosas às delas.
Se eu fosse um tigre, correria nas matas, conquistaria meu espaço e rugiria alto e forte, quando alguém avançasse no  meu território ou ameaçasse meus filhotes.
Se eu fosse um pássaro, sairia voando pelo céu, caminhando entre as árvores, sentindo o vento batendo no meu corpo, o sol aquecendo minhas penas, a liberdade de ir e vir, sem hora, nem destino.
Se eu fosse uma formiga, trabalharia sem parar, para manter minha casa em ordem, equipada e segura.
Se eu fosse uma cigarra, cantaria o dia todo, feliz por poder espalhar minha voz pelos cinco ventos.
Se eu fosse um elefante, escolheria para guardar na memória as coisas mais lindas, mais poéticas, mais profundas e interessantes.
Se eu fosse um cão, olharia para as pessoas com o amor incondicional de quem não vê ódio, nem dor, só amor.
Se eu fosse um gato, me aconchegaria num cobertor quentinho, e ficaria observando o mundo e as pessoas, alternando com períodos de sono repletos de sonhos coloridos.
Se eu fosse um cavalo, carregaria nas costas as pessoas amadas e as levaria a passeios pelos lugares e situações mais lindas do mundo.
Se eu fosse um papagaio, aprenderia a falar palavras que fizessem cada pessoa que surgisse sorrir e se sentir especial.
Dentro de mim, há um zoológico, sem grades, sem muros. E eu não sabia!