Um dos passeios mais gostosos que eu fazia com meus filhos, quando eram pequenos, era visitar a Expoflora, em Holambra.
Tenho até hoje fotos daqueles passeios - eles, lindos e maravilhosos, no meio de um mar de flores coloridas.
Ontem voltei à feira com o Ton e a Naiana (com catorze anos, ela não é mais criança, mas ainda gosta de passear, como toda mulher) e fiquei assustada com o tamanho que a coisa tomou. O que eram dois galpões com flores, um palco com danças típicas e um mini sítio, virou uma estrutura gigantesca, com quatro palcos, música de todo tipo, feira de noivas, mostra de paisagismo, três ou quatro feiras lotadas de estandes com desde comida até ar condicionado, uma rua com arquitetura holandesa e venda de mil coisinhas típicas, um parque de diversões, além dos tradicionais "galpões com flores, um palco com danças típicas e um mini sítio", agora maiores e mais equipados.
Para falar a verdade, gostei da exposição de flôres, que era o que havia me levado até lá, mas, o tempo todo ficava a idéia de que tudo não era tão bonito como eu tinha visto naquelas festas que eu havia ido antes.
Nos divertimos muito, pegamos pétalas de rosa no ar e fizemos nossos pedidos - eles dizem que se pegarmos uma pétala da chuva de rosas, antes dela cair no chão, o pedido se realiza.
Como boa gastadeira, comprei lembrancinhas para as meninas, que declinaram gentilmente do convite para ir até lá comigo, e a tradicional xícara do São Paulo para o Tiago. Dessa vez, já que estou em período de reabilitação, milagrosamente, comprei uma lembrancinha para mim também. Quem me conhece sabe do que eu estou falando.
Cheguei em casa e a primeira coisa que eu fiz foi procurar as fotos daquelas visitas anteriores à feira.
Qual não foi a minha surprêsa quando vi que essas visitas haviam sido feitas há pouco mais de vinte anos e que os arranjos florais nem eram tão espetaculares assim naquele tempo!
Parecia que tinha sido ontem que eu havia estado lá .... deixei de ir a vinte festas e nem percebi ...
O Ton resolveu minha segunda perplexidade: a carga emocional que eu coloquei nos passeios da época dos meus baixinhos foi tão grande, que minha memória registrou essa emoção junto com a realidade. E, com o tempo, tudo só fez ficar maior. Por isso a decepção pelos arranjos de hoje, que, diga-se de passagem, se aprimoraram realmente com o tempo, mas que eu não via com olhos atuais, mas com olhos de mãe encantada por levar beleza e cumplicidade à vida dos filhos.
Mais uma lição: a gente não vê só com os olhos, mas com o coração também. Por isso cada um enxerga a mesma coisa, mas "vê" coisas diferentes.
Nessas horas, a lição do curso de meditação vem a calhar: o segredo da vida é estar presente, o tempo todo - o passado já foi e o futuro ........ vai chegar, se você deixar.
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