segunda-feira, 17 de março de 2025

O tempo não existe, mas ele passa

 Tô estudando muito esses dias sobre a noção de tempo. Meu professor diz que ele não existe e, normalmente, ele sabe muito bem o que fala, mas ainda não consegui aceitar a coisa.

Acabei de ver uma foto de exato ano atrás (esse Facebook que não deixa a gente esquecer nada), e fiquei mais em dúvida ainda. 

Meus netos, na minha cozinha, com uniformes iguais, almoçando como fizeram, pelo menos duas vezes por semana, durante todo o ano letivo.

Para variar (e também porque estou me recuperando de uma leve dengue), acabei chorando. Coisa que faço, por causa desse assunto, algumas vezes na semana, desde o finalzinho do ano passado.

Acabou-se o tempo de buscar os quatro, escutar suas conversas, descobrir novidades sobre eles, ajudar a estudar para prova, resumindo, acabaram-se meus dias tão desejados de avó presente.

Agora estão em escolas diferentes, até em cidades diferentes. Os daqui ainda vejo, mas rapidinho, do caminho da escola para casa; os de lá (lá é Indaiatuba) , só quando esse deus que não existe quiser. 

Não tem mais almoço junto durante a semana, não tem mais conversa (e olha que com os mais velhos já tava difícil), não tem mais estudo nem risada nem pão de queijo nem Nutella nem assistir YouTube nem nada. 

Eu já sabia disso ano passado, e curti muito as últimas vezes. Quando o Lili me disse, no último dia, que era a última vez que eu pegava ele na escola, meu coração quase explodiu. E continua assim até agora. 

Então não venha me dizer que o tempo não existe. Existe sim, e levou embora muito da minha convivência com os meus amores (assim como aquela porcaria da pandemia).

Não sou ingrata. Sei que vivi com eles nos últimos dois anos uma delícia de vida, que trazia junto minhas filhotas para um café e uma conversa. 

Mas mudança nunca foi meu forte, apesar da vida adorar me tapetar nesse quesito.

Tô brava e ponto final. Tô com saudade, triste, zangada, e com o perdão da porra da palavra, puta da vida. 

Mas sei que eles estão bem, todos gostando das respectivas escolas. De vez em quando tenho notícias e vejo que foram boas escolhas. 

Mas que eu queria estar mais perto, eu queria. 

Tempo, tem como voltar? 

quarta-feira, 12 de março de 2025

Conquista

 Tô aqui comemorando.

Depois de seis anos, consegui me livrar da famosa "gordura no fígado".

De uns anos para cá cada vez que vou a um médico, aparece alguma coisa que me leva a outro. 

Como diz meu filho, eu sou jovem há muito tempo e isso tem um preço: as "peças" vão apresentando defeito e precisam de manutenção. 

Mas, notícia boa, dá para arrumar a maior parte delas!!!

Só tem um porém... Tem que fazer exercício físico! Nunca ouvi tanto isso, de tantos médicos diferentes, como no ano passado e no anterior. Até a oftalmologista falou isso! 

Tenta aqui e lá, consegui no ano passado acomodar minha ojeriza, o tédio de repetir o mesmo movimento, a preguiça, a falta de vontade, as desculpas (sempre tem alguma coisa mais importante para fazer), e, com ajuda de um bom profissional, montar um esquema de treino que não me faz querer fugir. 

Agora, com esse resultado, minha mente deve se convencer de que essa coisa é importante e deve ficar mais fácil ainda.

Descobri que preciso provas de sucesso para me manter numa atividade. Tem que servir para alguma coisa, e eu tenho que ver que serviu, senão, eu desisto.

Diga - se a Hotmart e afins, que guardam muitos cursos comprados e parados ...

Falta de vergonha na cara, né? 

Vou lá pegar um deles e fazer até o fim agora! 

sábado, 1 de março de 2025

Ele chegou - Parte 6

 



Como eu disse no último "escrito", ganhei dois amores nos últimos anos. 

Esse é o texto que escrevi, para o último deles. 


E você chegou finalmente, meu leãozinho.

Uns dias mais cedo e seria também presente de aniversário para mim. Porque já veio como um presente de vida.

Pegar você no colo a primeira vez foi um sonho. Vc se aconchegou e ficou quietinho, eu observando a sua respiração, vendo um sorrisinho escondido (vó vê até o que não tem quando é neto), sentindo seu coração bater, devagar e forte. 

Naquele momento eu soube que seríamos muito bons amigos. Vislumbrei aventuras, conversas, trocas profundas, leão com leão, sabe? Já tenho bastante prática de ser avó agora. Já era muito boa, agora estou melhor ainda. Vai sobrar para você...

Vovó sempre vai estar com vc, gatinho. Te amo de montão. 



Ela chegou - parte 5

 




Contei que nesses tempos sem escritos ganhei mais dois amores? Transcrevo o texto do face, contando a chegada da primeira.


Tecnologia pode ser uma coisa mágica...Imagina a cena: eu e a outra avó da Helena, a Lydia, na sala de espera, enquanto a Helena vinha ao mundo (naquele hospital só o pai podia ficar junto). Família toda esperando e, claro, whats app a toda. Já nasceu? Tá tudo bem? Enquanto conversávamos as duas, tentando nos distrair da ansiedade, respondiamos como podíamos as perguntas de todos. E o tempo todo de olho na porta do elevador, por onde meu filho surgiria para nos dizer que podíamos subir.

De repente, uma foto mandada pelo meu filho brilha no celular da Lydia e, segundo depois, no meu. Era a Helena, linda, forte, mostrando ao mundo que vinha com vontade.

Choramos, olhando pela primeira vez a nossa nova luz.

Olhamos uma para a outra e, num abraço forte, nos demos os parabéns pela nova neta. Finalmente. Tudo estava em paz. Pai, mãe e filha estavam juntos e bem.

Enquanto espalhavamos a foto nos grupos das famílias e "ouvíamos " a comemoração em cada casa e cada coração através das palavras escritas, me dei conta que, de certo modo, estávamos lá, junto com ela, todos nós, conversando com meu filho e nora e entre nós, nos primeiros minutos de vida da nossa borboletinha.

Éramos uma grande família, mandando toda a energia do mundo e agradecendo a bênção que nos havia sido concedida.

Ela veio cercada de amor. Amor que viajou no tempo e no espaço (temos muitos parentes e amigos de fora da cidade) como os átomos que formam cada parte dos nossos corpos. 

Nessa hora senti, de verdade, que todos somos um.

E assim me sentia quando abracei logo depois o meu filho, agora pela primeira vez como pai.

Que assim seja, para todo o sempre.