Acabei de ler uma enquete na internet.
O título: "qual palavra define 2010 para você?".
Na hora, grita no meu cérebro: "revolução".
Apaixonada que sou por segurança, pé no chão, saber o que vai acontecer antes para me preparar, me vi envolvida, no último ano, num redemoinho de emoções, acontecimentos e pensamentos que fizeram com que eu me sentisse apenas uma expectadora de uma peça de teatro na qual eu parecia a protagonista, queria ser a diretora e deveria ser a produtora, mas não era nada disso.
Ainda não consegui estabelecer, depois da saída do último filho de casa, do nascimento de dois netos, da aposentadoria precoce da minha banda (ou talvez nem tão precoce assim, apenas abertura para outros horizontes), da doença e morte de meu pai e os pensamentos que vieram junto com elas, da mudança no tempo para namorar e curtir a vida a dois por conta das alterações em nossos trabalhos e do início da terapia no começo do ano, uma rotina que me trouxesse a segurança antiga de saber o que viria no dia seguinte e como agir para que ele fosse "normal".
Procurando palavras para escrever esse texto, me vejo falando em dias normais, como se a minha vida anterior a 2010 (ao final de 2009) fosse o natural e a de agora, uma bagunça sem sentido.
Curiosamente, a loucura de agora faz mais sentido do que a "segurança" de antes. Estou mais consciente, embora mais confusa. Aprendo a cada dia como lidar com a pressa com que as coisas se sucedem, aguardando com ansiedade a hora em que eu possa apreciar tudo o que está acontecendo, com um pouco mais de controle. Ou seria com um pouco mais de tempo para processar tudo e entender?
Todos falam que a adolescencia é um dos períodos mais complicados da vida.
Mentira deslavada!
Perto da loucura de hoje, a minha adolescência foi um lago tranquilo e límpido.
Loucura ou não, foi um bom ano.
Vivi muito, chorei menos do que deveria, me diverti com moderação (ano que vem conserto isso), aprendi coisas inestimáveis sobre mim e a vida, como por exemplo, a rir de mim mesma, me cansei demais e descancei de menos, descobri as maravilhas de ser avó. Estou aprendendo a ser mais paciente, mais tolerante, mais leve.
Planos para 2011?
Muitos!
Quem sabe eu não me candidato pro calendário de "senhoras" para ajudar uma ONG que vi no noticiário de hoje? Ou posso conseguir, de verdade, gravar meu CD? Posso virar uma expert em fotografia, e aprender a tocar razoavelmente percussão. Posso voltar a cantar, num outro formato. Posso encarar a meditação com mais seriedade e incorporar aos meus hábitos - vai que eu fico mais zen e tenho mais força ainda para encarar as outras vontades? Posso... Posso... Posso...
Poder, querendo, vira fazer.
Viva 2011!!
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Gostosuras de ser avó
Primeiro natal com os meninos andando.
Nem parece que no ano passado eles dormiram tranquilos no colo das mães durante a noite toda.
Bolinha em árvore é coisa do passado. Mais legal é tirar, dar na mão da avó e pedir para ela colocar de volta... aí, tirar de novo.
Melhor ainda descobrir que, quando ela cai no chão, faz um barulhinho legal e sai andando pela casa...... quase montei a árvore de novo hoje cedo, de tantas bolas que havia espalhadas pelo assoalho.
Comida não é mais problema - se deixar comem até o que não devem. E, pasmem, os dois comem com a boquinha bem fechadinha, fazendo um beicinho lindo, que dá vontade de dar um apertão neles, cada vez que a gente vê.
Ganhei presentes especiais nesse ano: um plantão trocado pelo filho, para poder estar comigo no natal; uma mecha de cabelos do Darion (a primeira vez que ele cortou o cabelo!), e o Theo me chamando para brincar com ele, falando vovó com a voz mais macia que um bebê pode ter.
Meus filhos estavam aqui, rindo, conversando, felizes. Presente maior que esse não tem.
Meus netos encheram minha noite de surpresas, brincando, rindo, fazendo caretas, gritando de alegria no meio de tanta coisa. Ganhei mais dois artistas na família - acho que o Darion vai ser um ator de primeira e o Theo, um senhor musicista. Mas, no fundo mesmo, serão grandes homens, acima de tudo. A gente vê isso no olhinho deles.
Nem parece que no ano passado eles dormiram tranquilos no colo das mães durante a noite toda.
Bolinha em árvore é coisa do passado. Mais legal é tirar, dar na mão da avó e pedir para ela colocar de volta... aí, tirar de novo.
Melhor ainda descobrir que, quando ela cai no chão, faz um barulhinho legal e sai andando pela casa...... quase montei a árvore de novo hoje cedo, de tantas bolas que havia espalhadas pelo assoalho.
Comida não é mais problema - se deixar comem até o que não devem. E, pasmem, os dois comem com a boquinha bem fechadinha, fazendo um beicinho lindo, que dá vontade de dar um apertão neles, cada vez que a gente vê.
Ganhei presentes especiais nesse ano: um plantão trocado pelo filho, para poder estar comigo no natal; uma mecha de cabelos do Darion (a primeira vez que ele cortou o cabelo!), e o Theo me chamando para brincar com ele, falando vovó com a voz mais macia que um bebê pode ter.
Meus filhos estavam aqui, rindo, conversando, felizes. Presente maior que esse não tem.
Meus netos encheram minha noite de surpresas, brincando, rindo, fazendo caretas, gritando de alegria no meio de tanta coisa. Ganhei mais dois artistas na família - acho que o Darion vai ser um ator de primeira e o Theo, um senhor musicista. Mas, no fundo mesmo, serão grandes homens, acima de tudo. A gente vê isso no olhinho deles.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Coisas da vida - parte 1
Excursão de final de ano - ver as luzes de Natal em São Paulo.
Grandes expectativas de uma quase viajante para Nova York na época do Natal (viagem cancelada há alguns anos, quase na véspera, e nunca realizada), preparativos para não voltar pra Campinas e ficar num hotelzinho em Sampa mesmo, já que o passeio acabava às 23 horas.
Notícia boa: a chuva de 5 dias tinha parado no meio da tarde.
Oba! Vou poder tirar fotos!
Depois de um cochilo no hotel, acordo às 18 com chuva na janela. Pensei: tudo bem, vai parar.
O onibus chega, e percebo que sou uma ilha no meio de bisavós e famílias lotadas de crianças. Pensei: tudo bem, vai ficar mais alegre.
Entra a guia, vestida de Papai Noel, com a voz mais estridente que eu já ouvi na vida. Pensei: tudo bem, estou no fundo, vou ouvir baixo. E, se não der, coloco o protetor no ouvido.
A guia começa a cantar (cantar!!! musicas de natal!!!! desafinada!!!!). Coloco o protetor e aproveito para diminuir os efeitos da microfonia na minha audição, já prejudicada (ninguém ensina guia de turismo que não pode colocar microfone na frente da caixas de som?).
Sorte que as "luzes" começaram a aparecer e eu me distraio um pouco, tentando ajeitar as máquina para captar alguma imagem pela janela lotada de gotas d´água.
Descubro que num onibus lotado não dá pra ver as coisas direito. Fora o trânsito horroroso, não dá pra pular em cima dos passageiros do outro lado para ver direito as atrações, nem fotografar... Até tentei, mas, depois da segunda vez pisando no pé de outro passageiro ou sendo atropelada por uma criança, achei melhor não sair mesmo do lugar. Curti o meu ladinho e fiz malabarismos para gravar alguma coisa. Mas, nada de emoção... Nova York estava cada vez mais longe.
Primeira descida: gentilmente ganho uma capa descartável de chuva, que levo alguns longos minutos para colocar, embaixo de chuva, tentando acertar braços, guarda-chuva e bolsa nos lugares corretos (lembrete: da próxima vez, bolsinha pequena, só com o necessário - lembrei disso só hoje de manhã). A vista é a primeira que me encantou de verdade. Luzes, sons, decoração muito cuidadosa. Enlevada que estava, sinto o celu tocando, e tocando, e tocando.... Como estou na chuva, tentando filmar sem molhar a máquina e a bolsa está dentro da capa de chuva, faço mais um malabarismo para encontrar o celular, sem rasgar a capa e molhar a minha roupa. Descubro que era a mamãe, que não me achou em casa e estava apavorada com meu sumiço... Explico a situação, me sentindo não a avó que sou, mas uma criança levando pito (lembrei de fatos semelhantes e muitos, da época em que eu ainda morava com ela e era uma adolescente tentando viver - mais uma coisa pra discutir na terapia).
Nessa hora, nenhuma meditação fazia efeito. O encanto meio que se esvaiu, e resolvi voltar para o onibus.
No meio do caminho, errei a rota, e como o onibus já estava saindo, não deu pra mudar o rumo. Acabei passando por um gramado, que com a chuva, tinha virado um lamaçal e não dava para perceber no escuro. De sandália que eu estava (onde eu estava com a cabeça de sair na chuva de sandália?) vi meus lindos pezinhos brancos se tornarem marrons..... Já sabia que na chegada ao hotel ia ficar sem escovar os dentes - precisava da escova para tirar a terra das unhas....
Achei, no meio da choradeira da criançada, que já não aguentava mais ficar andando de onibus, que ia ficar tudo bem...
Próxima parada: Shopping Iguatemi, com todas as madames vestidas de grife que podem existir num shopping desse tipo. Aproveitei para ir no "toillete " ("banheiro" num shopping desses fica muito brega) tentar melhorar as condições dos pés.... e dou de cara com uma dessas madames, que, após olhar atentamente meus pezinhos enfeitados de terra, me deu uma gelada com um olhar que quase me fez rir. Dei o jeito que pude nos pés e fui tomar um café para esquentar....
Passeio acabado, com mais algumas fotos, chego ao hotel e descubro que o unico secador que eles tinham foi emprestado a uma hospede, que não o devolveu.
Fico sem ter como secar a sandália. Lavo a distinta e rezo para ela secar até o dia seguinte.
Consigo dormir e acordo de tempos em tempos com uma conversa alta na rua... Puxa, estava no 2º andar e ainda ouvia os malditos batendo papo de madrugada no meio da praça!
Acordo às 6 e meia (tem trabalho o dia todo pela frente) e descubro que o secador ainda não apareceu e a sandália ainda não secou...
Coloco molhada mesmo e vou tomar café, que ninguém é de ferro.
Mais uma tentativa de achar o secador, frustrada, e volto para o quarto. Coloco a sandália em cima de um copo de água mineral, embaixo do abajur, para ficar perto da lâmpada e secar um pouco ou, pelo menos, aquecer. Penso que poderia ter feito isso na noite anterior e aí a distinta estaria seca de manhã.... respiro fundo três vezes (agora a meditação funciona) para não começar a me desesperar antes de começar o dia.
Banho tomado, caminho até o trabalho, e, logo que chego, resolvo escrever para ficar mais leve. A mesa de trabalho parece assustadora com tanto papel, mas, pode esperar.
Ano que vem, venho de carro, passeio à pé pela Paulista e vou ver o Parque do Ibirapuera com tempo para caminhar e apreciar com calma as atrações , e aproveito para visitar o MASP, pro passeio ficar interesante de verdade .... num dia sem chuva.
Acho que estou ficando mais exigente, com o passar dos anos e o aumento dos cabelos brancos.
Tenho que parar de escrever.... Vou rapidinho na Barão de Itapetininga comprar um sapatinho que não esteja molhado.... Meus pés estão ficando dormentes de frio.
Grandes expectativas de uma quase viajante para Nova York na época do Natal (viagem cancelada há alguns anos, quase na véspera, e nunca realizada), preparativos para não voltar pra Campinas e ficar num hotelzinho em Sampa mesmo, já que o passeio acabava às 23 horas.
Notícia boa: a chuva de 5 dias tinha parado no meio da tarde.
Oba! Vou poder tirar fotos!
Depois de um cochilo no hotel, acordo às 18 com chuva na janela. Pensei: tudo bem, vai parar.
O onibus chega, e percebo que sou uma ilha no meio de bisavós e famílias lotadas de crianças. Pensei: tudo bem, vai ficar mais alegre.
Entra a guia, vestida de Papai Noel, com a voz mais estridente que eu já ouvi na vida. Pensei: tudo bem, estou no fundo, vou ouvir baixo. E, se não der, coloco o protetor no ouvido.
A guia começa a cantar (cantar!!! musicas de natal!!!! desafinada!!!!). Coloco o protetor e aproveito para diminuir os efeitos da microfonia na minha audição, já prejudicada (ninguém ensina guia de turismo que não pode colocar microfone na frente da caixas de som?).
Sorte que as "luzes" começaram a aparecer e eu me distraio um pouco, tentando ajeitar as máquina para captar alguma imagem pela janela lotada de gotas d´água.
Descubro que num onibus lotado não dá pra ver as coisas direito. Fora o trânsito horroroso, não dá pra pular em cima dos passageiros do outro lado para ver direito as atrações, nem fotografar... Até tentei, mas, depois da segunda vez pisando no pé de outro passageiro ou sendo atropelada por uma criança, achei melhor não sair mesmo do lugar. Curti o meu ladinho e fiz malabarismos para gravar alguma coisa. Mas, nada de emoção... Nova York estava cada vez mais longe.
Primeira descida: gentilmente ganho uma capa descartável de chuva, que levo alguns longos minutos para colocar, embaixo de chuva, tentando acertar braços, guarda-chuva e bolsa nos lugares corretos (lembrete: da próxima vez, bolsinha pequena, só com o necessário - lembrei disso só hoje de manhã). A vista é a primeira que me encantou de verdade. Luzes, sons, decoração muito cuidadosa. Enlevada que estava, sinto o celu tocando, e tocando, e tocando.... Como estou na chuva, tentando filmar sem molhar a máquina e a bolsa está dentro da capa de chuva, faço mais um malabarismo para encontrar o celular, sem rasgar a capa e molhar a minha roupa. Descubro que era a mamãe, que não me achou em casa e estava apavorada com meu sumiço... Explico a situação, me sentindo não a avó que sou, mas uma criança levando pito (lembrei de fatos semelhantes e muitos, da época em que eu ainda morava com ela e era uma adolescente tentando viver - mais uma coisa pra discutir na terapia).
Nessa hora, nenhuma meditação fazia efeito. O encanto meio que se esvaiu, e resolvi voltar para o onibus.
No meio do caminho, errei a rota, e como o onibus já estava saindo, não deu pra mudar o rumo. Acabei passando por um gramado, que com a chuva, tinha virado um lamaçal e não dava para perceber no escuro. De sandália que eu estava (onde eu estava com a cabeça de sair na chuva de sandália?) vi meus lindos pezinhos brancos se tornarem marrons..... Já sabia que na chegada ao hotel ia ficar sem escovar os dentes - precisava da escova para tirar a terra das unhas....
Achei, no meio da choradeira da criançada, que já não aguentava mais ficar andando de onibus, que ia ficar tudo bem...
Próxima parada: Shopping Iguatemi, com todas as madames vestidas de grife que podem existir num shopping desse tipo. Aproveitei para ir no "toillete " ("banheiro" num shopping desses fica muito brega) tentar melhorar as condições dos pés.... e dou de cara com uma dessas madames, que, após olhar atentamente meus pezinhos enfeitados de terra, me deu uma gelada com um olhar que quase me fez rir. Dei o jeito que pude nos pés e fui tomar um café para esquentar....
Passeio acabado, com mais algumas fotos, chego ao hotel e descubro que o unico secador que eles tinham foi emprestado a uma hospede, que não o devolveu.
Fico sem ter como secar a sandália. Lavo a distinta e rezo para ela secar até o dia seguinte.
Consigo dormir e acordo de tempos em tempos com uma conversa alta na rua... Puxa, estava no 2º andar e ainda ouvia os malditos batendo papo de madrugada no meio da praça!
Acordo às 6 e meia (tem trabalho o dia todo pela frente) e descubro que o secador ainda não apareceu e a sandália ainda não secou...
Coloco molhada mesmo e vou tomar café, que ninguém é de ferro.
Mais uma tentativa de achar o secador, frustrada, e volto para o quarto. Coloco a sandália em cima de um copo de água mineral, embaixo do abajur, para ficar perto da lâmpada e secar um pouco ou, pelo menos, aquecer. Penso que poderia ter feito isso na noite anterior e aí a distinta estaria seca de manhã.... respiro fundo três vezes (agora a meditação funciona) para não começar a me desesperar antes de começar o dia.
Banho tomado, caminho até o trabalho, e, logo que chego, resolvo escrever para ficar mais leve. A mesa de trabalho parece assustadora com tanto papel, mas, pode esperar.
Ano que vem, venho de carro, passeio à pé pela Paulista e vou ver o Parque do Ibirapuera com tempo para caminhar e apreciar com calma as atrações , e aproveito para visitar o MASP, pro passeio ficar interesante de verdade .... num dia sem chuva.
Acho que estou ficando mais exigente, com o passar dos anos e o aumento dos cabelos brancos.
Tenho que parar de escrever.... Vou rapidinho na Barão de Itapetininga comprar um sapatinho que não esteja molhado.... Meus pés estão ficando dormentes de frio.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Liberdade para trilhar meu caminho
Fiz hoje a minha primeira tatuagem.
Nem sei se ainda haverá outras, mas, de qualquer modo, mesmo que única, essa é a primeira.
Pensei muito antes de fazer. Pesquisei, falei com quem tinha e com quem abominava a idéia, li sobre os riscos, cuidados e dúvidas mais comuns.
Li depoimentos de quem se arrependeu e de quem fez outras e continua gostando de todas elas.
Ainda não havia decidido, quando, numa festa de aniversário, conversei com um tatuador, parente do aniversariante, e sua confiança me conquistou. Demorou algumas semanas para eu realmente sentir que era a hora.
Hoje, horário marcado, quase não fui.
Liguei para desmarcar, e acabei marcando para mais cedo.
O motivo já havia sido escolhido, só faltava definir qual, dentre tantas figuras dos livros do tatuador, seria a eleita.
Encontrei minha expressão de liberdade (como eu a chamei, mentalmente, quando a vi), no meio de tantas outras figuras em preto e branco, num piscar de olhos.
A cor já foi um problema maior.... bem que ele tentou, me mostrando montes de borboletas por ele pintadas.... depois de cansar, graças ao google, achei minhas cores numa outra figura .... na hora pensei no porquê de não ter pensado naquilo antes.
Ele até tentou parecer seguro quando eu decidi, mas, tava na cara que ele não tinha certeza de que o resultado seria algo melhor do que sofrível. Percebi e disse:
- Vamos tentar. Se não der certo, cobrimos tudo com uma cor só...
Alívio no rosto, ele embalou nos preparativos, me avisando que ia doer só um pouquinho, perfeitamente suportável.....
Grande mentira, em algumas partes, principalmente na parte mais próxima a ossos. Bem que ele tentou fazer a figura numa parte com mais gordura, mas minha idéia era aquele lugar e exatamente naquela posição, doesse mais ou não.
Dói, mas não tanto que não seja possível aguentar... Minha figura era pequena e, para quem já teve pedras nos rins quatro vezes e tres filhos de parto normal, o negócio foi fichinha.
Deu até para aplicar técnicas de meditação e me distrair com um homem pendurado na lateral de um prédio próximo, limpando com jatos de água todos os 14 andares, pedacinho por pedacinho... Acho que para ele doeu mais do que para mim....
Na hora de pintar, ouvi um suspiro profundo e pensei: ai, agora até eu estou na dúvida.....
Deixei quieto e fiquei olhando....
Depois de algumas pinceladas (doídas, claro), ouvi, como que um desabafo:
- Nossa, e não é que tá ficando bom?????
Acompanhei os retoques finais e me maravilhei com a minha Lib (é o nome dela).
Ela até ganhou uma foto, para registro do artista que a criou.
Ainda está ardendo um pouco e, provavelmente, vai desbotar um pouco antes de cicatrizar, mas o resultado final ficou muito melhor do que eu esperava.
Acho que estávamos destinadas uma à outra.
Nem sei se ainda haverá outras, mas, de qualquer modo, mesmo que única, essa é a primeira.
Pensei muito antes de fazer. Pesquisei, falei com quem tinha e com quem abominava a idéia, li sobre os riscos, cuidados e dúvidas mais comuns.
Li depoimentos de quem se arrependeu e de quem fez outras e continua gostando de todas elas.
Ainda não havia decidido, quando, numa festa de aniversário, conversei com um tatuador, parente do aniversariante, e sua confiança me conquistou. Demorou algumas semanas para eu realmente sentir que era a hora.
Hoje, horário marcado, quase não fui.
Liguei para desmarcar, e acabei marcando para mais cedo.
O motivo já havia sido escolhido, só faltava definir qual, dentre tantas figuras dos livros do tatuador, seria a eleita.
Encontrei minha expressão de liberdade (como eu a chamei, mentalmente, quando a vi), no meio de tantas outras figuras em preto e branco, num piscar de olhos.
A cor já foi um problema maior.... bem que ele tentou, me mostrando montes de borboletas por ele pintadas.... depois de cansar, graças ao google, achei minhas cores numa outra figura .... na hora pensei no porquê de não ter pensado naquilo antes.
Ele até tentou parecer seguro quando eu decidi, mas, tava na cara que ele não tinha certeza de que o resultado seria algo melhor do que sofrível. Percebi e disse:
- Vamos tentar. Se não der certo, cobrimos tudo com uma cor só...
Alívio no rosto, ele embalou nos preparativos, me avisando que ia doer só um pouquinho, perfeitamente suportável.....
Grande mentira, em algumas partes, principalmente na parte mais próxima a ossos. Bem que ele tentou fazer a figura numa parte com mais gordura, mas minha idéia era aquele lugar e exatamente naquela posição, doesse mais ou não.
Dói, mas não tanto que não seja possível aguentar... Minha figura era pequena e, para quem já teve pedras nos rins quatro vezes e tres filhos de parto normal, o negócio foi fichinha.
Deu até para aplicar técnicas de meditação e me distrair com um homem pendurado na lateral de um prédio próximo, limpando com jatos de água todos os 14 andares, pedacinho por pedacinho... Acho que para ele doeu mais do que para mim....
Na hora de pintar, ouvi um suspiro profundo e pensei: ai, agora até eu estou na dúvida.....
Deixei quieto e fiquei olhando....
Depois de algumas pinceladas (doídas, claro), ouvi, como que um desabafo:
- Nossa, e não é que tá ficando bom?????

Acompanhei os retoques finais e me maravilhei com a minha Lib (é o nome dela).
Ela até ganhou uma foto, para registro do artista que a criou.
Ainda está ardendo um pouco e, provavelmente, vai desbotar um pouco antes de cicatrizar, mas o resultado final ficou muito melhor do que eu esperava.
Acho que estávamos destinadas uma à outra.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Encontrando eu
Ontem foi a primeira aula do curso de iniciação musical na Unicamp.
Depois eu conto sobre a aula, que foi muito interessante.
O que rolou mesmo foi eu ter levado um bloco, de capa muito bonita (um lindo por de sol) que eu havia comprado há tempos para escrever um diário, e que, quase vazio que estava, serviria para as minhas anotações em aula.
Enquanto esperava ansiosa a sensação tão agradável de estar novamente numa sala de aula aprendendo coisas, resolvi ler o pouco que havia escrito, antes de tirar as folhas escritas do bloco e deixá-lo limpo para as aulas.
Primeira surpresa: os escritos datavam de maio de 2008 ! Eram tres folhas, com tres dias da minha vida.....
Segunda surpresa: me senti enternecida por aquela mulher que escrevia tão ingenuamente acontecimentos da vida diária, tentando se conhecer ("à procura de mim", era o título da folha inicial do diário), e colocando ao fim de cada texto itens dos quais tinha descoberto que gostava e outros que não gostava, por causa da análise do dia que havia vivido. Coisas simples como gostar de andar na beira da praia, roupas esvoaçantes, bijous coloridas e brilhantes, tirar fotos de tudo e como não gostar de comer algumas coisas, de ser confrontada com seus defeitos, do formato do corpo que já não era como antes.....
Terceira surpresa: depois de mais de dois anos, percebi ainda estava na procura .... Devia ter continuado a fazer o ingênuo (nem tanto?) diário. Talvez estivesse menos duvidosa de mim e das minhas coisas.
Resolvi que deixaria algumas folhas em branco, e começaria as anotações das aulas lá pelo meio do bloco.
Gostei de ler o que li. Acho que vou continuar o diário, de onde ele parou.
Depois eu conto sobre a aula, que foi muito interessante.
O que rolou mesmo foi eu ter levado um bloco, de capa muito bonita (um lindo por de sol) que eu havia comprado há tempos para escrever um diário, e que, quase vazio que estava, serviria para as minhas anotações em aula.
Enquanto esperava ansiosa a sensação tão agradável de estar novamente numa sala de aula aprendendo coisas, resolvi ler o pouco que havia escrito, antes de tirar as folhas escritas do bloco e deixá-lo limpo para as aulas.
Primeira surpresa: os escritos datavam de maio de 2008 ! Eram tres folhas, com tres dias da minha vida.....
Segunda surpresa: me senti enternecida por aquela mulher que escrevia tão ingenuamente acontecimentos da vida diária, tentando se conhecer ("à procura de mim", era o título da folha inicial do diário), e colocando ao fim de cada texto itens dos quais tinha descoberto que gostava e outros que não gostava, por causa da análise do dia que havia vivido. Coisas simples como gostar de andar na beira da praia, roupas esvoaçantes, bijous coloridas e brilhantes, tirar fotos de tudo e como não gostar de comer algumas coisas, de ser confrontada com seus defeitos, do formato do corpo que já não era como antes.....
Terceira surpresa: depois de mais de dois anos, percebi ainda estava na procura .... Devia ter continuado a fazer o ingênuo (nem tanto?) diário. Talvez estivesse menos duvidosa de mim e das minhas coisas.
Resolvi que deixaria algumas folhas em branco, e começaria as anotações das aulas lá pelo meio do bloco.
Gostei de ler o que li. Acho que vou continuar o diário, de onde ele parou.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
E-X-A-U-S-T-Ã-O

Não sei bem qual o motivo...
A bebedeira de ontem ? (pra quem bebe como eu, duas cervejas é uma bebedeira!)
A tristeza dos últimos dias?
A ansiedade por tanta coisa urgente por resolver?
A ansiedade por nem imaginar as coisas que vão aparecer para resolver, se eu continuar pensando?
O desespero por não saber ..... por não entender..... por querer e não poder.... por não saber se quer....
O drama das muitas escolhas, que às vezes, escolhem em vez de serem escolhidas?
A infinidade de opções, de caminhos, de meios, de instrumentos?
A vontade de ser, sem saber como?
Ou seria "o quê"?
Meus neurônios estão precisando de férias...
Meu humor está cada dia mais dark, porque eles não estão conseguindo enxergar colorido.
Na espera.....
A bebedeira de ontem ? (pra quem bebe como eu, duas cervejas é uma bebedeira!)
A tristeza dos últimos dias?
A ansiedade por tanta coisa urgente por resolver?
A ansiedade por nem imaginar as coisas que vão aparecer para resolver, se eu continuar pensando?
O desespero por não saber ..... por não entender..... por querer e não poder.... por não saber se quer....
O drama das muitas escolhas, que às vezes, escolhem em vez de serem escolhidas?
A infinidade de opções, de caminhos, de meios, de instrumentos?
A vontade de ser, sem saber como?
Ou seria "o quê"?
Meus neurônios estão precisando de férias...
Meu humor está cada dia mais dark, porque eles não estão conseguindo enxergar colorido.
Na espera.....
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Números que somem
Hoje me encontrei chorando na escada entre um andar e outro do Edifício Andraus...
Não... não foi outro incêndio! Embora a quentura do meu coração merecesse uma aguinha.
Tinha acabado de cancelar a inscrição do meu pai na Prefeitura.
Por ser funcionária, tudo foi rápido, mas, nem por isso menos indolor.
Mais uma coisa de meu pai que se vai.... um número......
Lendo o requerimento com o carimbo "cancelado" me deu uma angústia, um aperto no peito, como se mais um pedaço dele tivesse ido embora....
Devagarinho os números (tão importantes para mim, estatística convicta) que o representavam vão se desfazendo, como o brilho dos olhos dele se desfez no dia da sua morte.
Mes passado, o cadastro no CRC.
Semana passada, a conta no banco, o número de cadastro no INSS...
Semana que vem, mais um número... o CPF..... talvez tenhamos que cancelar também o título de eleitor....
Acho que é por isso que eu gosto das minhas fotos....
Elas não somem e trazem de volta coisas boas do passado... até as que não existem mais...
Não... não foi outro incêndio! Embora a quentura do meu coração merecesse uma aguinha.
Tinha acabado de cancelar a inscrição do meu pai na Prefeitura.
Por ser funcionária, tudo foi rápido, mas, nem por isso menos indolor.
Mais uma coisa de meu pai que se vai.... um número......
Lendo o requerimento com o carimbo "cancelado" me deu uma angústia, um aperto no peito, como se mais um pedaço dele tivesse ido embora....
Devagarinho os números (tão importantes para mim, estatística convicta) que o representavam vão se desfazendo, como o brilho dos olhos dele se desfez no dia da sua morte.
Mes passado, o cadastro no CRC.
Semana passada, a conta no banco, o número de cadastro no INSS...
Semana que vem, mais um número... o CPF..... talvez tenhamos que cancelar também o título de eleitor....
Acho que é por isso que eu gosto das minhas fotos....
Elas não somem e trazem de volta coisas boas do passado... até as que não existem mais...
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Querer ser
A gente quer ser muita coisa. Principalmente aquilo que a gente considera importante, bonito, saudável, impressionável...
E, para ser o que a gente acha que deve ser para ser feliz, quer também que as pessoas próximas sejam aquilo que achamos que ajudaria a nos tornarmos aquilo que queremos ser.
Como ser, apenas?
E, para ser o que a gente acha que deve ser para ser feliz, quer também que as pessoas próximas sejam aquilo que achamos que ajudaria a nos tornarmos aquilo que queremos ser.
Como ser, apenas?
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Respira fundo!
A vida é cheia de altos e baixos...
Logo...
Tem que acordar de madrugada para ir trabalhar?
Respira fundo!
O ônibus saiu do ponto um pouco antes de você chegar nele?
Respira fundo!
A mesa de trabalho está tão lotada de serviço que você nem acha a caneta?
Respira fundo!
O cachorro do vizinho latiu a noite toda e você não conseguiu dormir?
Respira fundo!
Seu time perdeu na final do campeonato?
Respira fundo!
Você jogou na bolsa e perdeu suas economias?
Respira fundo!
Sua filha adolescente diz que precisa ter uma conversa séria com você?
Respira fundo!
Sente que sua vida não tem sentido?
Respira fundo! Respira fundo!
O galã da novela das oito morreu no último capítulo?
Respira fundo!
Você não conseguiu pagar suas contas no final do mês?
Respira fundo!
Aquela menina que você estava paquerando ficou com seu melhor amigo?
Respira fundo!
A lipo que você queria fazer custa uma fortuna e não vai rolar?
Respira fundo! (e faz exercício!)
Tá querendo estrangular essa juntadora de letras, por que acha que ela "está se achando"?
Respira fundo! E relaxa!
Ela também está aprendendo a respirar.........
Logo...
Tem que acordar de madrugada para ir trabalhar?
Respira fundo!
O ônibus saiu do ponto um pouco antes de você chegar nele?
Respira fundo!
A mesa de trabalho está tão lotada de serviço que você nem acha a caneta?
Respira fundo!
O cachorro do vizinho latiu a noite toda e você não conseguiu dormir?
Respira fundo!
Seu time perdeu na final do campeonato?
Respira fundo!
Você jogou na bolsa e perdeu suas economias?
Respira fundo!
Sua filha adolescente diz que precisa ter uma conversa séria com você?
Respira fundo!
Sente que sua vida não tem sentido?
Respira fundo! Respira fundo!
O galã da novela das oito morreu no último capítulo?
Respira fundo!
Você não conseguiu pagar suas contas no final do mês?
Respira fundo!
Aquela menina que você estava paquerando ficou com seu melhor amigo?
Respira fundo!
A lipo que você queria fazer custa uma fortuna e não vai rolar?
Respira fundo! (e faz exercício!)
Tá querendo estrangular essa juntadora de letras, por que acha que ela "está se achando"?
Respira fundo! E relaxa!
Ela também está aprendendo a respirar.........
sexta-feira, 19 de março de 2010
Dores
Essa foi a semana das dores.
Foi assim que eu descobri que a terapia, começada há pouco mais de dois meses, está funcionando.
Meu corpo representa com dores a limpeza que o meu subconsciente está fazendo, como que se, com isso, me avisasse para continuar, apesar dos pesares.
Já tinha lido em livros de auto-ajuda de diversos autores (nos velhos tempos de recém divorciada) que a "limpeza emocional" tem um período de piora antes de melhorar e que isso seria um sinal de que o tratamento estava funcionando.
Só não imaginei que levar a sério a terapia iria me deixar tão doída!
Primeiro um "refluxo" estranho (influência da minha preocupação com o Theo?), depois uma pedrinha no rim que passeou pelo meu corpo por uns dois dias, depois uma dor estranha na coluna, que eu atribuí ao novo fretado, que tem bancos mais duros e desajeitados... Fora o nariz entupido (fazia tempo que eu não tinha... snif, snif...) e a garganta arranhando (logo agora que tem três shows importantes chegando!).
Se isso for sinal de que tudo está indo bem, vou ter alta da terapia logo, logo!
Foi assim que eu descobri que a terapia, começada há pouco mais de dois meses, está funcionando.
Meu corpo representa com dores a limpeza que o meu subconsciente está fazendo, como que se, com isso, me avisasse para continuar, apesar dos pesares.
Já tinha lido em livros de auto-ajuda de diversos autores (nos velhos tempos de recém divorciada) que a "limpeza emocional" tem um período de piora antes de melhorar e que isso seria um sinal de que o tratamento estava funcionando.
Só não imaginei que levar a sério a terapia iria me deixar tão doída!
Primeiro um "refluxo" estranho (influência da minha preocupação com o Theo?), depois uma pedrinha no rim que passeou pelo meu corpo por uns dois dias, depois uma dor estranha na coluna, que eu atribuí ao novo fretado, que tem bancos mais duros e desajeitados... Fora o nariz entupido (fazia tempo que eu não tinha... snif, snif...) e a garganta arranhando (logo agora que tem três shows importantes chegando!).
Se isso for sinal de que tudo está indo bem, vou ter alta da terapia logo, logo!
quinta-feira, 18 de março de 2010
A mão
Não existe contato físico mais forte, mais profundo, mais emocionante, do que a mãozinha pequena de um bebê que se ama segurando nossos dedos, acariciando nosso rosto, agarrando com força nossa roupa para se apoiar.
Sinto isso desde que os dois nasceram, todas as vezes que os encontro.
Cada toque me enche de energia, de alegria, de coragem.
Eles, tão pequenos, transmitem pelos dedos força e doçura, calor, esperança e magia.
Ainda outro dia, chorei até, quando o Theozinho, depois de uma mamadeira gostosa, segurou minha mão, como que agradecendo o leite quentinho. Ele fez isso e me olhou bem no olhos, como se comemorasse a felicidade de ter seus desejos atendidos.
E num outro, quando o Darion, num soninho gostoso no meu colo, esticou o bracinho e tocou no meu rosto, como se quizesse ter certeza de que eu estava lá e não iria sair de lá.
Gente!
Ser vó é um sonho!
Sinto isso desde que os dois nasceram, todas as vezes que os encontro.
Cada toque me enche de energia, de alegria, de coragem.
Eles, tão pequenos, transmitem pelos dedos força e doçura, calor, esperança e magia.
Ainda outro dia, chorei até, quando o Theozinho, depois de uma mamadeira gostosa, segurou minha mão, como que agradecendo o leite quentinho. Ele fez isso e me olhou bem no olhos, como se comemorasse a felicidade de ter seus desejos atendidos.
E num outro, quando o Darion, num soninho gostoso no meu colo, esticou o bracinho e tocou no meu rosto, como se quizesse ter certeza de que eu estava lá e não iria sair de lá.
Gente!
Ser vó é um sonho!
quinta-feira, 4 de março de 2010
O guarda-chuva
Era lá pelo final de 2007...
Estava em São Paulo, terra da garoa, no horário do almoço em plena Barão de Itapetininga.
Chove chuva e eu sem guarda-chuva.
Loja lá é o que não falta.
Saí de uma com o guarda-chuva mais maravilhoso que eu já tinha visto. Preto, brilhante, com lindas tulipas vermelhas.
Cheguei em casa à noite, toda feliz com minha nova aquisição.
Mostrei para o povo e só levei gozação. Todos, sem exceção, acharam o meu lindo guarda-chuva horroroso. O adjetivo mais suave foi: brega!
Gosto não se discute e, no fundo, eu sabia que isso não ficaria assim.
Semana passada, descendo do fretado na mesma São Paulo garoenta (inventei um adjetivo novo?), caminho em direção ao trabalho e vejo um irmão gemeo do meu guarda-chuva subindo pela rua, vindo de encontro a mim. Ele vinha pelas mãos de um homem e, ao nos percebermos, meio que levamos um susto.
O que meu guarda-chuva faz nas mãos de outra pessoa?
Ao nos cruzarmos, já passado o susto inicial, meio que nos cumprimentamos pelo bom gosto, com um discreto olhar...
Eu sabia que o pessoal lá de casa estava errado quando julgou meu guarda-chuva.
Levou mais de dois anos, mas eu provei!
Estava em São Paulo, terra da garoa, no horário do almoço em plena Barão de Itapetininga.
Chove chuva e eu sem guarda-chuva.
Loja lá é o que não falta.
Saí de uma com o guarda-chuva mais maravilhoso que eu já tinha visto. Preto, brilhante, com lindas tulipas vermelhas.
Cheguei em casa à noite, toda feliz com minha nova aquisição.
Mostrei para o povo e só levei gozação. Todos, sem exceção, acharam o meu lindo guarda-chuva horroroso. O adjetivo mais suave foi: brega!
Gosto não se discute e, no fundo, eu sabia que isso não ficaria assim.
Semana passada, descendo do fretado na mesma São Paulo garoenta (inventei um adjetivo novo?), caminho em direção ao trabalho e vejo um irmão gemeo do meu guarda-chuva subindo pela rua, vindo de encontro a mim. Ele vinha pelas mãos de um homem e, ao nos percebermos, meio que levamos um susto.
O que meu guarda-chuva faz nas mãos de outra pessoa?
Ao nos cruzarmos, já passado o susto inicial, meio que nos cumprimentamos pelo bom gosto, com um discreto olhar...
Eu sabia que o pessoal lá de casa estava errado quando julgou meu guarda-chuva.
Levou mais de dois anos, mas eu provei!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Se dividir sem se perder
Coisa curiosa aconteceu num desses dias de carnaval.
Dois sofás na sala, em "L" e , em cada um, um neto.
Duas mães conversando na cozinha, preparando algo para comer.
Eu, de pé na frente dos sofás, olhando as duas coisinhas mais lindas que já existiram na face dessa Mãe Terra, e que resolveram começar a fazer beicinho e chorar ao mesmo tempo.
Pensa rápido, vó! Não dá para pegar os dois no colo ao mesmo tempo!!!
Sorte é que meus mocinhos adoram sorrisos....
Foi só brincar de "cuca-achou"... O "cuca, com um sorriso bem animado, ia para um, enquanto, virando o corpo bem rápido, o "achou" ia para o outro...
Eles acharam a vó muito doida (e as mães também, quando voltaram), mas, funcionou! Eles riram muito!
To vendo que esse negócio de ser vó vai depender de muito jogo de cintura, mas, é muito divertido!
Dois sofás na sala, em "L" e , em cada um, um neto.
Duas mães conversando na cozinha, preparando algo para comer.
Eu, de pé na frente dos sofás, olhando as duas coisinhas mais lindas que já existiram na face dessa Mãe Terra, e que resolveram começar a fazer beicinho e chorar ao mesmo tempo.
Pensa rápido, vó! Não dá para pegar os dois no colo ao mesmo tempo!!!
Sorte é que meus mocinhos adoram sorrisos....
Foi só brincar de "cuca-achou"... O "cuca, com um sorriso bem animado, ia para um, enquanto, virando o corpo bem rápido, o "achou" ia para o outro...
Eles acharam a vó muito doida (e as mães também, quando voltaram), mas, funcionou! Eles riram muito!
To vendo que esse negócio de ser vó vai depender de muito jogo de cintura, mas, é muito divertido!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
..........
Reticências.....
Tempo de pausa, de reflexão, antes de um novo parágrafo.
É assim que eu me sinto hoje.
Minha filha me cobra novos textos e eu me percebo procurando palavras numa caixa, onde nada se entende, onde tudo está tão embaralhado que simples letras se perdem.
Efeito da terapia recém começada?
Ou da virada de 360 graus que minha vida deu nos últimos dois anos? (aqui um comentário - quem leu direitinho disse que Freud explica - onde parei se dei uma volta de 360 graus????)
Adolescer tão idosa cansa ...
Acompanhar um tsunami de pensamentos, idéias e vontades não é fácil.
Vontade maior mesmo, de ser.
Profundamente, totalmente, divinamente.
Que bom que é assim!
Tempo de pausa, de reflexão, antes de um novo parágrafo.
É assim que eu me sinto hoje.
Minha filha me cobra novos textos e eu me percebo procurando palavras numa caixa, onde nada se entende, onde tudo está tão embaralhado que simples letras se perdem.
Efeito da terapia recém começada?
Ou da virada de 360 graus que minha vida deu nos últimos dois anos? (aqui um comentário - quem leu direitinho disse que Freud explica - onde parei se dei uma volta de 360 graus????)
Adolescer tão idosa cansa ...
Acompanhar um tsunami de pensamentos, idéias e vontades não é fácil.
Vontade maior mesmo, de ser.
Profundamente, totalmente, divinamente.
Que bom que é assim!
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Ele chegou - parte 2

Toda vez que o pego no colo, choro de emoção. Ele é uma luz só! Rostinho de moleque arteiro...Forte e doce ao mesmo tempo....
Dose dupla de neto é uma das coisas mais maravilhosas que a gente pode receber da vida.
Quando eles estão juntos, não sei para que lado corro, mas sei que, sempre, o coração está do lado dos dois.
Já comprei piscina inflável (duas, de tamanhos diferentes), livros de pano (e de papel também, que, provavelmente eles irão ler logo, já que são muito inteligentes e especiais), berço, toalhas, brinquedos .... não posso ver loja de bebes que minhas pernas caminham sozinhas para dentro delas.
Tudo para ver um sorriso no rostinho deles. Se bem que, eu bem sei, nada disso seria necessário - eles sorriem para mim, se eu sorrir para eles. Nenê é uma coisa muito desprendida mesmo!
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